O COMPORTAMENTO SOCIAL DO INDIVÍDUO

COMPORTAMENTO E PSICOLOGIA

O comportamento é um termo que caracteriza toda e qualquer reação do indivíduo, animal, órgão ou instituição perante o meio em que está inserido.

O comportamento não pode ser entendido isolado do contexto em que ele ocorre. Afinal, estamos sempre em relação com o mundo — alterando as condições externas com nossas ações , modificando-nos e construindo permanentemente nossa subjetividade, nossa forma de ser.

Quando pensamos em comportamento social do ser humano, sempre consideramos duas instâncias: a formação do sujeito em si (seus comportamentos e suas ações) e o contexto em que este comportamento se dá (os aspectos sociais e as relações com os outros).

A seguir, iremos ver um pouco sobre a três principais correntes da Psicologia para entender diferentes tipos de comportamento: o Behaviorismo, a Psicanálise e a Gestalt.

Behaviorismo

A palavra "Behaviorismo" deriva do tremo em inglês "behavior", que significa "comportamento. Essa nomenclatura foi inaugurada pelo psicólogo estaduniense John B. Watson em 1913. 

O Behaviorismo tem como objeto de estudo o comportamento. Essa teoria psicológica defende que a psicologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por meio de observação de suas ações, ou seja, observando o comportamento. Os Behavioristas acreditam que todos os comportamentos são resultados de experiência e condicionamentos. 

PRINCIPAIS CONCEITOS DO BEHAVIORISMO

Pavlov fez uma experiência utilizando um cão, uma cmapainha e um pedaço de carne: ele mostrava a carne para o cão, que salivava. Aos poucos, ao mesmo tempo em que mostrava a carne para o cão, Pavlov também começou a tocar uma campainha (estímulo neutro). Após um certo tempo, o cão passou a salivar apenas com o som da campainha, não sendo mais necessário visualizar a carne para ativar a salivação. Essa reação a um estímulo neutro foi chamada de "reflexo condicionado".

• Behaviorismo radical: corrente comportamentalista de Skinner, surgiu em oposição ao behaviorismo metodológico. Para o behaviorismo radical, o homem é educado (moldado) pela natureza, seus comportamentos são uma resposta aos estímulos que recebe desde o nascimento. Skinner não negou a existência do pensamento, do autocontrole, dos processos mentais invisíveis. A tese do behaviorismo radical é de que o comportamento é moldado segundo o mundo exterior, mas com possíveis alterações internas. 
• Condicionamento operante: essa teoria propõe que para um comportamento desejado ser alcançado, deveria ser incentivado através de uma recompensa (reforço), se estivesse agindo corretamente, e se estivesse agindo errado, receberia uma punição.  

Reforço: toda consequência de um comportamento que aumente as probabilidades de este comportamento acontecer novamente.

     REFORÇO POSITIVO:  quando algo bom é adicionado, ´é apresentado um estímulo que aumenta a probabilidade de o cmportamento ocorrer novamente;

   REFORÇO NEGATIVO: remove ou evita estímulos, retirada de um estímulo aumenta a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente.

Punição: quando algo ruim é adicionado para ensinar a parar um comportamento.

Psicanálise

A Psicanálise consiste em uma teoria fundada pelo neurologista e psiquiatra austríaco Sigmund Freud, pioneiro ao incluir na Psicologia os chamados "processos misteriosos" do psiquismo humano, até então não considerado um objeto de estudo. Ele também foi respon´sável por introduzir o conceito de inconsciente na Psicologia Científica, estudando a imaginação, os sonhos e toda a complexa subjetividade do ser humano.

Trata-se de uma abordagem que trabalha profundamente o inconsciente, responsável pelas nossas atitudes que temos "em modo automático". Essas podem chegar a desafiar a lógica e o bom senso. Freud descobriu que muitos comportamentos conscientes são influenciados por forças inconscientes, como memórias, impulsos e desejos reprimidos. Estes podem ser desagradáveis ou inaceitáveis socialmente, pois podem causar sofrimento e brigas. 

Tudo o que está armazenado em nosso inconsciente afeta as nossas vidas. O modo como pensamos, agimos e expressamos opiniões é resultado de uma memória, crença ou desejo que não está na superfície do psiquismo. Por isso, podemos entrar em conflito conosco ou com pessoas sem compreender exatamente a razão.

A psicanálise, então, busca as causas da infelicidade das pessoas nos esconderijos do inconsciente. 

De acordo com os estudos da sua construção teórica final, a personalidade é composta por três elementos. Esses três elementos da personalidade são conhecidos como: 

• Ego:  é a parte do sistema psíquico que lida diretamente com a realidade. Embora seja visto como um vilão por aí, o ego é o mediador entre os impulsos do id e as exigências do superego. Ele nos ajuda a ter um comportamento realista e aceitável de acordo com as demandas da sociedade;
• Id: armazena os desejos inconscientes, os quais não são totalmente lógicos e às vezes não seguem as regras estabelecidas pela sociedade. É o ego que coordena o que o id pode ou não fazer, permitindo ou inibindo a sua satisfação;
• Superego: contém nossos valores e ideias bem como as lições aprendidas com os pais e com a sociedade. É uma espécie de juiz que determina o comportamento de acordo com esses aspectos morais. Quando muito severo, o superego anula as escolhas do ego e causa conflito psíquico.  

Além da descoberta desses três elementos da personalidade, Freud desenvolveu técnicas psicanalíticas à medida que tratava seus pacientes. A associação livre (método em que o terapeuta fala uma série de palavras e o paciente responde com o que viver à mente para despertar memórias reprimidas), a análise dos sonhos, o estudo da sexualidade da criança, o conceito da dualidade no psiquismo, e o fenômeno das resistências foram algumas das contribuições de Freud para formar o alicerce da psicanálise. 

Gestalt

"Gestalt" é uma palavra de origem germânica que significa "forma" ou "figura", e o termo foi adotado pelos psicólogos e teve seu significado ampliado para o "todo unificado", ou seja, a percepção da unidade de vários elementos. Contrapondo o Behaviorismo e a Psicanálise, Gestalt entende o ser humano como um todo complexo e integrado, foca em como percebemos e organizamos informações visuais e conceituais em padrões significativos. Seus princípios são diretrizes essenciais que explicam como nossa mente cria um entendimento coerente e significativo do mundo ao nosso redor.

O primeiro princípio, chamado Lei da Pragnância ou Princípio da Totalidade, sugere que nossa mente tem a tendência de simplificar as coisas, percebendo elementos como unidades completas ao invés de partes isoladas. Isso nos leva aos princípios da Proximidade e da Similaridade, nos quais elementos próximos ou similares são agrupados, facilitando nossa compreensão visual.

A Continuidade, outro princípio, faz com que vejamos linhas ou curvas como sendo contínuas, mesmo quando interrompidas. O Princípio do Fechamento nos permite completar formas reconhecíveis, mesmo que partes estejam ausentes.

A busca pela Simetria e Ordem faz com que objetos simétricos sejam mais agradáveis à mente, ao passo que o Princípio do Destaque direciona nossa atenção para elementos que se destacam em cor, forma ou contraste.

Esses princípios, quando combinados, explicam como nossa mente organiza informações visuais e conceituais em padrões significativos, possibilitando a compreensão eficiente e eficaz do mundo. Eles possuem aplicações práticas no campo do design gráfico, da psicologia cognitiva e da arte, contribuindo para a criação de composições visuais e conceituais mais acessíveis e atrativas.